CASA CULTURAL DONA ANTÔNIA E SUAS HISTÓRIAS PREMIADAS.
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CASA CULTURAL DONA ANTÔNIA E SUAS HISTÓRIAS PREMIADAS.



A Casa Cultural Dona Antônia recebeu, nesse 25 de novembro de 2022, a homenagem de Honra ao Mérito da Prefeitura de Betim. Antes disso, no dia 20 de novembro desse mesmo ano, teve condecoradas duas figuras importantes do seu corpo de colaboradores pelo Prêmio Camélia da Câmara Municipal e do Conselho Municipal da Igualdade Racial, por intermédio do Conselho Permanente de Direitos Humanos e da Igualdade Racial e Minorias de Betim. Teco Martins (in memoriam) e Cel Egídio foram as grandes personalidades indicadas. Com um histórico de homenagens e premiações na cidade, a Casa Dona Antônia é grata pelo reconhecimento do seu trabalho e transforma as honrarias em combustível e ferramentas para continuar compartilhando o bem e cuidando das pessoas.



Em 2003, o ainda nomeado Centro Cultural Dona Antônia, foi contemplado com o Troféu

Reggae Favela, entregue pelo cantor e compositor Celso Moretti em evento realizado na Casa da Cultura Josephina Bento em Betim. O troféu em questão, é uma premiação dada à pessoas e instituições reconhecidamente atuantes nas periferias promovendo a cultura afro-brasileira e ações sociais relevantes para a comunidade negra. Na foto ao lado podemos ver os (muito jovens) irmãos Teco Martins, Carlos Martins e Sérgio Martins ao lado do Moretti na premiação. Eram tempos de semear uma ideia que tomava corpo e andava firme pelos caminhos da inclusão, levando o estandarte da fé na comunidade e nos corações juvenis de nossos co-fundadores. A Casa Dona Antônia conquistava a população com seus eventos alternativos, seu espaço aberto, inclusivo e musical, e também com o axé da sua negritude.


Logo mais tarde, em 2006, ainda com o nome Centro Cultural Dona Antônia, também foi agraciado com a Medalha Professor Osvaldo Franco. Esse um prêmio local, promovido pela Câmara Municipal de Betim a favor de pessoas e organizações que se destacam na área de educação, tecnologia, cultura e ciência. Já aí, a Dona Antônia revelava ao poder público o potencial de suas propostas. Com o objetivo de inclusão digital e cultural, a CCDA colhia nos olhares dos gestores públicos o reflexo do seu trabalho. Mão a mão, uma gotinha por vez, um quintal mais preparado, um computador a mais, um violão a mais, mais pessoas acolhidas e assistidas, e o então presidente Wanderson ou Teco Martins, recebia esse importante momento com a consciência de que o trabalho crescia e bons ventos vinham trazendo novas parcerias e colabordora(e)s.


2013 trouxe o quinto Prêmio Camélia à Casa Dona Antônia, em um momento em que a luta pelo reconhecimento dos direitos de “minoria” se transformava em principal pauta das políticas públicas do país. Nesse contexto, a Dona Antônia já havia assumido a dianteira na região, organizava, moderava e capacitava grupos e pessoas para acessar seus direitos civis e sociais e principalmente, assumir e se orgulhar da sua cor, da sua cultura e do lugar onde habita. Com cursos, oficinas e debates em torno de assuntos conflitantes e socialmente mal resolvidos, a equipe Dona Antônia enfrentava e combatia preconceitos e injustiças com muito tambor e informação.

Cria da Casa Dona Antônia e também coordenadora do MECS ( Mercado Comum Social), Cel Egídio viu seu trabalho com os turbantes africanos ganhar as cabeças e ser condutor de uma consciência, que, até hoje, precisa lutar por espaço e representação. O trabalho da Cel agrega o conhecimento de povos massacrados, de culturas silenciadas e de autoestimas escravizadas pelos padrões hegemônicos. Os tecidos de capulana e os turbantes empoderados que saem de suas mãos, trazem uma história rica, de gente criativa e orgulhosa de suas raízes. A Cel Turbantes não é apenas um conceito de moda afro, mas é combatente, resistente, informada e pró-ativa em defesa das nossas origens e dos nossos direitos, é um retrato da própria criadora da marca, é um mapa de sua caminhada até a emancipação da sua pŕopria consciência. É a materialização, por meio da arte da costura, da beleza de se ser

quem é. Merecidamente, Cel Egídio recebeu o Prêmio Camélia de 2022 pelo seu trabalho como promotora da Consciência Negra, tanto através dos turbantes, quanto na sua vida diária. Parceira da CCDA, Cel esteve como grande companheira, ensinante e aprendente das descobertas de Teco Martins no combate ao racismo e na compreensão da sua própria trajetória.


E, não foi de repente, que, em 2022 tivéssemos justamente a memória de todo trabalho produzido por Teco Martins novamente em pauta na Câmara Municipal como um dos premiados do Prêmio Camélia atual. A homenagem póstuma veio regar aquela semente de

esperança e fé que Teco Martins plantou junto com a família quando deixou o trabalho formalizado para se dedicar exclusivamente a ajudar as pessoas à sua volta e quantas mais alcançasse. O coração pioneiro, que se entregou ao cuidado com as pessoas em plena juventude, ainda pulsa dentro da Casa Dona Antônia, aquecendo nossa caminhada e nos lembrando as coisas importantes de se viver no mundo e compartilhar com ele nossos melhores planos e habilidades. Teco, sem dúvida, procurou ao longo da vida que teve, partilhar e transformar conhecimento em ferramentas para combater o racismo, a pobreza e as limitações impostas nas periferias de Betim. Sim, no plural, porque seu trabalho não se confinou na Região Norte, mas espalhou raízes e frutos pelos quatro cantos da cidade. Um grande viva ao nosso camarada! Amado e admirado, e agora, mais premiado do que nunca!

E finalmente, no dia 25 desse ano, ainda oficialmente assinando como Centro Cultural Dona Antônia, tivemos o diploma de HONRA AO MÉRITO, entregue na Prefeitura de Betim pelas mãos do vereador Léo Contador e com a presença de autoridades e personalidades locais. A Casa Cultural Dona Antônia se orgulha da história que vem deixando e permanece na certeza de que ter seus próprios sonhos vale muito a pena. E é ousando interferir no mundo e buscando transformá-lo em um lugar para bem-viver, é aceitando e trabalhando nossas pluralidades que colorimos os horizontes dos que vêm depois de nós. Além de cuidar das pessoas, nos preocupamos em formar novos sonhadora(e)s que continuem a acreditar que a vida pode ser infinitamente mais bela quando a empatia com as outras pessoas se transforma em causa e ação. Nossa vontade é que a Dona Antônia exista ainda muito depois de nós, ampliando e fortalecendo o trabalho começado em uma casinha de três cômodos, com um violão, um computador e muitos corações otimistas. Os sonhos que nascem do coração fazem toda a diferença em um mundo dividido por dominadores e dominados. Sonhos próprios são indomáveis, e só obedecem a regra de seguir em frente. É assim que nos sentimos a cada momento que abrimos nossas portas e olhamos pelas nossas janelas. Um mundo grande, incrível e cheio de possibilidades nos espera para ser transformado, desfrutado e acolhido.

E é esse nosso papel, tanto como artistas, quanto como gestoras e gestores, acreditar nas pessoas e promover melhores opções para que a sociedade sorria ao se lembrar que o mundo é grande, diverso e que tudo é possível quando se tem apoio. Estamos aqui para provar que a harmonia social é possível e é capaz de instigar as pessoas a cresceram e tomar consciência do seu lugar no mundo de forma positiva. A nossa história só faz sentido quando se encontra com outras histórias. Somos todes responsáveis não só pelo presente, mas também pelo futuro. O passado é nossa referência para construir pontes e cultivar coisas boas. Que venham mais ocasiões em que a Casa Cultural Dona Antônia possa ser vista pelo que ela é: uma Casa onde os sonhos se encontram.

#AquicabeTodoMundo e #NossopropósitoÉCuidarDasPessoas, sempre com alegria e dedicação, todas as nossas portas estão abertas para receber você, te ouvir e compartilhar. Venha nos visitar e acesse nossas redes.


@donaantoniacultura

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