A diversidade no seio da sociedade é incontestável, linda e necessária. Por isso fica óbvio que nenhuma pessoa é igual, logo, mães também não são iguais. E essa imensa riqueza de personalidades, temperamentos, objetivos, valores e percursos compõem o ambiente do Centro Cultural Dona Antônia, ao mesmo tempo que reforça um pensamento comum: cuidar das pessoas é permitir e favorecer a realização dos seus ideais, tornar possível sua contribuição para um mundo mais bonito e consciente.
Dar a luz é uma expressão antiga usada geralmente para falar de um parto. No entanto, no mundo moderno, seus significados atravessam o estado biológico e alcançam toda a subjetividade do conceito de ser mãe e de tudo o que podemos criar enquanto pessoas, cidadãs e artistas. Nesse mês fantástico onde é celebrada a mulher que dá a vida a outros seres humanos, e também aquelas que cuidam e acolhem os novos seres que nascem, é importante destacar que todas essas mães têm muitos sonhos e capacidade de realiar bem mais do que a maternidade que a natureza e a sociedade lhes concederam. Além de cuidar das crianças e mesmo dos adultos que as filhas e filhos um dia se tornam, mães também cuidam dos sonhos, os seus próprios e dos anseios de suas crias.
O Dona Antônia foi gestado e parido por sonhos, e não nos cansamos de destacar aqui que uma mãe sola, com 5 filhos para criar, foi capaz de construir as bases para germinar e colorir os desejos dos seus rebentos talentosos e perseverantes, e que viram na arte um meio de vencer as dificuldades sociais opressoras, e assim beneficiar a comunidade na qual estão inseridos. Uma mulher que pare sonhos atrai outras sonhadoras, é é com essa visão que mães com seus muitos potenciais transitam pelo CCDA, colocando seus projetos em prática e tornando possível os sonhos de muitas. Dentre tantas delas temos Cel Egídio com seus turbantes, costuras e ativismo. Uma mãe com 5 filhos que se desprendeu de um relacionamento abusivo ao mesmo tempo que teve que proteger a família das ameças do ex companheiro. Hoje ela cuida também de dois netos, de um filho dependente químico, do MECs Dona Antônia e de outras mulheres a sua volta, enquanto luta contra o preconceito e administra uma iniciativa microempreendedora chamada Cel Turbantes. Silvana Lima, cantora, compositora, uma das filhas da Dona Maria Lima ( nossa co-fundadora), mãe do Henrique 7 Cordas, do Jefferson e da Débora. Suas canções embalam os sonhos e a poesia para que continuemos acreditando na beleza e na arte. Ivaneide Ferreira, Vavá da Simples Artes Artesanato, mãe da inteligente e atrevida Maria Ãngela. Vavá é artesã, empreendedora, trabalhadora do Meio Ambiente e buscadora de caminhos para o desenvolvimento pessoal e humano. Dona Maria do Rosário, mãe da nossa presidenta Polly, que depois de ter criado filhos, filhas e netos se entrega ao aprendizado do artesanato para continuar produzindo frutos benéficos para si mesma e para a sociedade. Dona Vitalina, canta, encanta e aprecia todas as formas de arte ao seu alcance. Lucineia Ferreira, que não é mãe biológica, mas tem de volta o afeto dos seus sobrinhos com quem compartilha suas conquistas como cuidadora, enfermeira, artesã e empreendedora. Fundadora da Lú Belas Artes, Lucineia faz valer a máxima de que "mãe não é só quem pare". Essa que vos escreve, Lana Vilela, saída do interior do vale do Jequitinhonha para conquistar a liberdade de ser artista, mulher e mãe dentro dos seus próprios termos. Dona Maria Lima, um farol especial que fortalece nossa fé na vida. E Muitas e muitas outras mães incríveis que fazem parte do dia dia do Centro Cultural Dona Antônia. Essas mulheres, e outras não citadas aqui, desenvolvem projetos e ações que tornam a expressão "dar a luz" um abrangente oceano de possibilidades, realizações e afeto. Porque é preciso vencer as imposições da sociedade para deixar a luz dos seus sonhos brilhar, e quando a luz de uma mulher se acende, muitas enxergam melhor o próprio caminho que desejam seguir. É assim que encaramos a maternidade nos tempos atuais, desenraizando a proposta matriarcal de "viver para os filhos" para construir nossa própria trajetória e experienciar a força que carregamos dentro de nós enquanto mães. Uma pessoa que é capaz de gestar, parir e criar tem todo o potencial necessário para dar a luz ao que quiser. por isso continuamos não só sonhando com um mundo melhor, mas também contribuindo para isso, porque "viver para os filhos" tem que ser uma escolha, e não uma ordem social. O que ambicionamos é "compartilhar com os filhos", e para isso é justo e generoso que nosso lugar no mundo seja conquistado antes, durante e depois da maternidade. Sendo mães ou não, sendo companheiras ou solteiras, sendo donas da casa ou do mundo inteiro, essa força criadora pertence a todas as mulheres e é com ela que a natureza nos dota de instinto, sabedoria e arte para sermos o que quisermos. Afinal, para cuidar das pessoas é preciso antes cuidar de si mesma, ser mãe dos seus próprios sonhos e acreditar nas suas criações. Feliz dia das mães para quem se abre as possibilidades da vida porque "como dizia Dona Antônia: só cresce quem sonha".
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